sexta-feira, 22 de junho de 2007

Lapso


O sabor do vento salgou teus olhos,
último fio de luz do horizonte.
A superfície imaculada de tua imagem
ainda insiste em manter
uma chaga entreaberta.

As lembranças, folhas outonais,
pairam na mesma brisa
em que partiste...
As janelas foram douradas
com um novo rosa de aurora.

Na boca de areia, a língua rachada.

Tua voz já foi seiva
de tudo o que era vivo.
Hoje, teu silêncio é ópio
para as margaridas.